Enquanto Alagoas segue ostentando os piores indicadores sociais, ora mais, ora menos, Maceió e Arapiraca seguem uma tendência mercadológica curiosa. Investimentos em shoppings, lojas de marcas internacionais, carros importados e crescimento vertiginoso de novos milionários contrapõem-se à realidade das ruas, onde impera a situação de vulnerabilidade, o tráfico de drogas e a insegurança.
Surpreende o mapa dos milionários publicado pela Revista Exame em 2012. Segundo o mapa, Alagoas ocupa a 15ª colocação em número de milionários, seriam 658 em Alagoas. E o mais surpreendente, Alagoas é o segundo estado em crescimento de milionários, cerca de 60% nos últimos 8 anos.
O crescimento do consumo do mercado de luxo em Alagoas tem seguido tendência nacional. Com as cotas de importação sem a incidência do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) majorado, incentivando a entrada de produtos industrializados importados no Brasil, o seguimento premium tem ocupado lugar de destaque no mercado, e em Alagoas há quem acredite que haja demanda.
Exclusividade e alto valor de custo são as palavras que atraem e repelem ao mesmo tempo o consumidor. Lojas muito bem ornamentadas, e decoradas com objetos de luxo, afugentam o consumidor com menor poder aquisitivo, delimitando pela fachada o
cliente que pretende conquistar. “Mercadores de sonhos”, aqueles que consomem e vendem o luxo são copiados e assumem posição de referência junto ao seleto grupo
de endinheirados que primam pela exclusividade, qualidade e ostentação.
