INSS paga R$ 2,3 milhões a mortos e fantasmas em esquema de fraude

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INSS pagou R$ 2,3 milhões a “mortos” e “fantasmas” em esquema de fraude no Nordeste

O INSS pagou indevidamente R$ 2,3 milhões em benefícios a pessoas que não existiam ou já estavam mortas, em um esquema de fraude descoberto pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A operação foi comandada pelo ex-servidor do órgão Gilson Barbosa Machado, com ramificações no Piauí e Maranhão.

A fraude consistia na criação de beneficiários fictícios com documentos forjados – como certidões de nascimento e carteiras de identidade — além de comprovantes de residência falsos. O grupo transferia benefícios do Maranhão para Parnaíba (PI), o que simulava a chamada “prova de vida” exigida pelo INSS. Em seguida, os valores eram sacados mensalmente pelos criminosos.

O esquema começou a ser desmontado após uma Tomada de Contas Especial aberta pelo próprio INSS. Em novembro de 2023, o caso chegou ao TCU, que concluiu as investigações e decidiu, na última quarta-feira (16/7), que Gilson e mais sete envolvidos devem devolver todo o valor recebido indevidamente — com prazo de 15 dias para o pagamento.

Além da devolução de R$ 2,3 milhões, os réus foram condenados ao pagamento de multas, somando R$ 6,6 milhões. Eles também ficam proibidos de exercer cargos públicos comissionados ou de confiança por 8 anos.

O ministro Walton Alencar Rodrigues, relator do processo no
TCU, destacou que as transações foram feitas com documentos inidôneos e ausência dos supostos beneficiários. Segundo ele, ficou claro o dolo dos envolvidos e o dano expressivo ao erário, além da violação a princípios da administração pública.

Nenhum dos acusados apresentou defesa ao longo do processo, o que levou o TCU a julgar irregulares as contas do grupo. A decisão será comunicada à Procuradoria da República no Piauí, para eventuais responsabilizações criminais, e ao próprio INSS para adoção das medidas cabíveis.

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