A produção de cana-de-açúcar em Alagoas, que envolve mais de 5 mil fornecedores e é responsável por gerar aproximadamente 60 mil empregos durante a safra, enfrenta um momento de forte instabilidade econômica. Dados divulgados pelo Consecana-AL/SE indicam que o preço do Açúcar Total Recuperável (ATR) – índice que determina o pagamento da matéria-prima aos fornecedores — sofreu uma queda expressiva de 17,15% no mês de julho em comparação a junho.
A notícia causou apreensão no setor sucroalcooleiro. Segundo Edgar Filho, presidente da Asplana (Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas), o setor está “muito preocupado” com os efeitos da queda e teme que a desvalorização impacte diretamente na sobrevivência dos pequenos e médios produtores.
“Se essa tendência de baixa se mantiver, o desânimo pode tomar conta dos fornecedores. Os custos de produção estão subindo e, com os preços caindo, o produtor pode não ter condições de investir no canavial”, alertou Edgar.
A expectativa do setor é que o preço do ATR volte a subir em agosto, antes do início da próxima safra, previsto para setembro. Em ciclos anteriores de queda, muitos fornecedores chegaram a desistir da atividade devido à inviabilidade financeira.
O setor sucroenergético é uma das bases da economia alagoana, sobretudo no interior do estado. Além de sua relevância na geração de emprego e renda, ele também movimenta o comércio local, serviços e transportes. A manutenção da rentabilidade para os fornecedores é vista como essencial para garantir a estabilidade da próxima safra e a continuidade da produção.